quinta-feira, 2 de junho de 2011

Breve Histórico da Gastronomia Brasileira- Parte 02



AGRICULTURA E DOMESTICAÇÃO DE ANIMAIS

Para o homem pré-histórico, uma das descobertas mais fundamentais e importantes foi a de cultivar a terra e tirar dela os alimentos para seu sustento.
Com o crescimento do número de pessoas atrás de caça para se alimentar, houve uma grande escassez de presas e foi necessária a busca de uma nova forma de sobrevivência. Foi a partir daí que se deu a descoberta do plantio e da colheita de alimentos. Esse novo conceito deu a possibilidade ao homem, e até forçou-o, a se fixar num só local, abandonando a vida nômade que levava até então indo atrás de caças.
Estando o homem fixo em determinado lugar, “as presas que eram capturadas passaram a ser mantidas vivas durante certo tempo, para garantirem um abastecimento prolongado de carne fresca. E assim teve início a domesticação de animais.” (LEAL, 1998, p. 18) Essa ligação do homem com o solo e o fato de estar fixo em uma só localidade fizeram com que se desenvolvessem mobiliários para dormir, sentar, comer, guardar alimentos...
Nesse contexto surgiram os grupos; os vizinhos; o comércio; as aldeias e, mais tarde, as cidades. Foi também nesse momento histórico, com a criação dos utensílios de cerâmica, que o homem começou a culinária propriamente dita, cozinhando os alimentos e condimentando-os com ervas aromáticas. (LEAL, 1998, p. 19)
Assim nasceu o caldo substancial – caça misturada com cereais, batatas e outros tubérculos servido com pão, trigo, milho ou farinha – alimentação peculiar e diária dos agricultores de então.
Dessa fase foi um passo para se chegar nas sopas, nas papas, nos mingaus, pirões, purês e bebidas aquecidas. Surgiu também a bebida fermentada à base de raízes e o vinho de framboesa, amora e cereja.
Foi também nesse período que se deu a descoberta do sal extraído das ardósias e a confecção do forno de barro compactado. Com a utilização da argila, inventou-se o forno de barro compactado.” 

 IDADE ANTIGA – POVOS DOS GRANDES BANQUETES

O pão começou a ser produzido há mais de dois mil anos na Idade Antiga pelos egípcios e foi, por muitos anos, a base da alimentação de todas as classes sociais da civilização ocidental.
Autores como Franco e Leal são unânimes em afirmar que entre os gregos, por muito tempo o principal alimento foi o peixe, conseqüência do extenso litoral e do solo não próprio para agricultura. Acompanhavam o peixe alimentos como o centeio, o arroz e a aveia e condimentos como a sálvia, o tomilho, o alho-poró, a cebolinha, a alcaparra, a raiz forte e o coentro. Para os ricos também serviam-se bois, carneiros, cabras e porcos. Queijos de leite de cabra e de ovelha também eram muito consumidos.
Da pastelaria grega participaram trigo, mel, azeite, pinhões, tâmaras, amêndoas e sementes de papoula. Como bebidas tinham leite, vinho – ao qual quase sempre se adicionava água – e misturas à base de mel. Usavam caçarolas de bronze ou metais preciosos sempre decorados.
Já entre os romanos, os hábeis cozinheiros dos banquetes eram pessoas muito importantes, reconhecidas como artistas e recebiam altos salários. Foram os pioneiros na figura do chef de cozinha. “Ter um bom cozinheiro era símbolo de ascensão social.” (FRANCO, 2004, p. 41)  Leal revela os ingredientes presentes nas refeições romanas (1998, p.26):
Nas mesas romanas era comum aparecer frangos, patos, gansos, galinhas d’angola e pavões; pássaros silvestres como codornas, perdizes, gralhas, avestruzes, flamingos, garças e papagaios; peixes, rãs, mexilhões, ouriços e ostras. E, finalmente, as frutas como cereja, abricó, limão e melão.
Romanos e gregos eram hábeis em picadinhos, almôndegas e croquetes, preferência que se explique talvez pelo fato dos homens comerem reclinados  (às mulheres não era conveniente). O leite coalhado de cabra também era muito apreciado.
Entre os banquetes romanos – principais acontecimentos da vida social então – já observavam-se rigorosas regras de precedência entre os convidados. “O anfitrião reclinava-se no leito central e, à sua direita, o convidado de honra, como ainda hoje é praxe em nossas mesas.” (FRANCO, 2004, p. 43) Foi o início dos princípios de Etiqueta.
O banquete se compunha de três etapas. Gustatio, mensae primae e mensae secundae equivalentes aos atuais aperitivo, refeição e sobremesa.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Breve Histórico da Gastronomia Brasileira - Parte 01

   BOA TARDE QUERIDOS ..
Essa semana chegou um material muito interessante pra mim: uma pequena história sobre a formação da culinária brasileira . Como o material é muito extenso , irei por partes :D

Boa Leitura .



PRÉ-HISTÓRIA – TUDO COMEÇA AQUI
Acreditam, os cientistas modernos, que a Terra teria se formado há cerca de cinco bilhões de anos. Mas somente há 3,5 milhões de anos é que surgiram os primeiros mamíferos semelhantes ao homem, e que já caminhavam em dois pés.

Desse momento em diante, o homem teve suas mãos livres e, com a criação dos mais diversos tipos de armas – arpões, lanças com bicos envenenados, redes de pesca, arcos, flechas, armadilhas –, pôde ampliar considerável e até espantosamente sua dieta alimentar. O início da caça à rena, à cabra, ao porco, à galinha fez com que o homem deixasse de se alimentar apenas de vegetais. A descoberta da caça deu ao homem a carne para alimentar-se e a pele para proteger-se do frio.

Essa descoberta da alimentação carnívora fez com que o homem precisasse das relações de grupo pois assim ficava mais fácil caçar a presa e dividi-la em porções menores para poder devorá-la.
Franco diz: "A tendência humana de compartilhar alimento (...) teria se originado quando o homem desenvolveu a capacidade de matar grandes presas. (...) Desconhecendo ainda outros métodos de conservação, além da cocção, via-se obrigado a consumir a caça com certa rapidez. Isso o induziria a dividir com outros caçadores e famílias o produto do seu trabalho. (...) A associação entre caçadores, na busca de presas maiores, criou também a necessidade de um sistema complexo de sinais, que fez com que se desenvolvesse a linguagem vocal.
Seria possível imaginar que o estudo da história da gastronomia se encontraria com o início do desenvolvimento da fala, e teria com o mesmo uma íntima relação? Como outras conseqüências da dieta carnívora para o homem temos o habituar-se ao sal encontrado na carne e, de maneira bem menos apreciável, o canibalismo. "
 
DESCOBERTA DO FOGO
Com a descoberta do fogo, há cerca de 1,5 milhão de anos, a caça e a pesca deixaram de ser comidas cruas e passaram a ser assadas em espetos sobre chamas ou brasas.
“O fogo foi o primeiro tempero descoberto pelo homem, já que o sabor de uma comida depende da temperatura em que ela é consumida.”
Entretanto, existem teorias de que o homem teria cozido seus alimentos antes mesmo de descobrir o fogo, como explica Ariovaldo Franco:
"Paleontólogos acham provável que o proto-homem, mesmo antes de descobrir o fogo, tenha associado o calor proveniente de fontes termais e gêiseres ao de suas próprias presas e ao de seu próprio corpo. Em decorrência, teria cozido a caça em tais fontes de calor, numa tentativa bem-sucedida de devolver-lhe temperatura e sabor de presa recém-abatida."
O fogo, além do cozimento nas fontes termais, ofereceu novas possibilidades de conservar os diversos tipos de alimentos, pois o homem já havia percebido que os alimentos estragavam e se deterioravam no ar e no calor, ficando sem suas propriedades nutritivas. O homem descobriu com o fogo que os cereais poderiam ser torrados sobre as brasas na pedra e as carnes, aves e pescados poderiam passar pelo processo de defumação ou serem secos por exposição ao calor do fogo ou do sol. 
 
AGRICULTURA E DOMESTICAÇÃO DE ANIMAIS
Para o homem pré-histórico, uma das descobertas mais fundamentais e importantes foi a de cultivar a terra e tirar dela os alimentos para seu sustento.

Com o crescimento do número de pessoas atrás de caça para se alimentar, houve uma grande escassez de presas e foi necessária a busca de uma nova forma de sobrevivência. Foi a partir daí que se deu a descoberta do plantio e da colheita de alimentos. Esse novo conceito deu a possibilidade ao homem, e até forçou-o, a se fixar num só local, abandonando a vida nômade que levava até então indo atrás de caças.

Estando o homem fixo em determinado lugar, “as presas que eram capturadas passaram a ser mantidas vivas durante certo tempo, para garantirem um abastecimento prolongado de carne fresca. E assim teve início a domesticação de animais.” Essa ligação do homem com o solo e o fato de estar fixo em uma só localidade fizeram com que se desenvolvessem mobiliários para dormir, sentar, comer, guardar alimentos...
Nesse contexto surgiram os grupos; os vizinhos; o comércio; as aldeias e, mais tarde, as cidades. Foi também nesse momento histórico, com a criação dos utensílios de cerâmica, que o homem começou a culinária propriamente dita, cozinhando os alimentos e condimentando-os com ervas aromáticas.
Assim nasceu o caldo substancial – caça misturada com cereais, batatas e outros tubérculos servido com pão, trigo, milho ou farinha – alimentação peculiar e diária dos agricultores de então.
Dessa fase foi um passo para se chegar nas sopas, nas papas, nos mingaus, pirões, purês e bebidas aquecidas. Surgiu também a bebida fermentada à base de raízes e o vinho de framboesa, amora e cereja.
Foi também nesse período que se deu a descoberta do sal extraído das ardósias e a confecção do forno de barro compactado. Com a utilização da argila, inventou-se o forno de barro compactado.”

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Melhores do Mundo 2011


No dia 18 de Abril ,  S. Pellegrino divulgou a lista dos “50 Melhores Restaurantes do Mundo” . Organizado pela revista americana ‘Restaurant’ , o décimo ano do prêmio que é considerado como o Oscar do mundo da gastronomia ,  foi marcado por grandes surpresas para o Brasil : pulando da 18° posição para a 7° posição esse ano está o badalado Restaurante D.O.M. , do Chef brasileiro Alex Atala .
Um foi a não aparição do El Bulli , na Catalunha – Espanha do renomado Ferran Adrià por motivos de aprendizagem do chefe . Em nota ao acontecimento , Ferran disse : "O que me interessa não é ter um restaurante ou um negócio, mas criar na gastronomia, é saber se consigo ir mais adiante, e atualmente não conseguimos fazer isso". A boa notícia é que El Bulli reabrirá em dois anos ;D



A Revista ‘Prazeres da Mesa’ disse sobre a premiação  : " O restaurante brasileiro, D.O.M., do chef Alex Atala está em 7º lugar na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo. No ano passado, o brasileiro alcançou a posição de número 18. Pelo segundo ano consecutivo, o dinamarquês Noma, do chef René Redzepi, está na liderança. Em segundo lugar agora está o El Celler de Can Roca, dos irmãos Roca. No ano passado, essa posição foi ocupada pelo El Bulli. Este, depois de anunciar seu fechamento, não aparece nem entre os 10 primeiros. Em terceiro vem Mugaritz, de Andoni Luis Aduriz. “

Confira abaixo a lista completa:

1 Noma, Dinamarca;
2 El Celler de Can Roca, Espanha;
3 Mugaritz, Espanha;
4 Osteria Francescana, Itália;
5 The Fat Duck, Reino Unido;
6 Alinea, Estados Unidos;
7 D.O.M, Brasil;
8 Arzak, Espanha;
9 Le Chateaubriand, França;
10 Per Se, Estados Unidos;
11 Daniel, Estados Unidos;
12 Les Creations de Narisawa, Japão;
13 L’Astrance, França;
14 L’Atelier de Joël Robuchon, França;
15 Hof van Cleve, Bélgica;
16 Pierre Gagnaire, França;
17 Oud Sluis, Holanda;
18 Le Bernardin, Estados Unidos;
19 L’Arpège, França (RE-INTEGRANTE);
20 Nihonryori RyuGin, Japão;
21 Vendôme, Alemanha;
22 Steirereck, Austria ;
23 Schloss Schauenstein, Suíça;
24 Eleven Madison Park, Estados Unidos;
25 Aqua, Alemanha;
26 Quay, Austrália;
27 Iggy’s, Singapura;
28 Combal Zero, Itália;
29 Martín Berasategui, Espanha;
30 Bras, França (RE-INTEGRANTE);
31 Biko, México;
32 Le Calandre, Itália;
33 Cracco, Itália (RE-INTEGRANTE);
34 The Ledbury, Reino Unido (NOVO);
35 Chez Dominique, Finlândia;
36 Le Quartier Français, África do Sul;
37 Amber, China (NOVO);
38 Dal Pescatore, Itália;
39 Il Canto, Itália;
40 Momofuku Ssäm Bar, Estados Unidos;
41 St John, Reino Unido;
42 Astrid Y Gastón, Peru (NOVO);
43 Hibiscus, Reino Unido;
44 Maison Troisgros, França;
45 Alain Ducasse au Plaza Athénée, França;
46 De Librije, Holanda;
47 Restaurant de l’Hotel de Ville, Suíça;
48 Varvary, Rússia (NOVO);
49 Pujol, México (NOVO);
50 Asador Etxebarri, Espanha (RE-INTEGRANTE);